quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Aleatórias de 10 meses

- Clara ainda não engatinha. Quem é a mãe que está preocupada? Assim, ela até faz menção, se balança, ergue o bumbum, mas detesta ficar de bruços e desiste... :(

- Gosta de ficar em pé, mas só tendo a gente como apoio. O.o

- Fala dedé, papa, neném, dá... Alguma dica de mamã para mim? Nada, quando eu falo para dizer mamã, só sai papa... :/

- Está muito muito irritada, estou achando que são os dentes que finalmente darão o ar da graça, provavelmente, serão os de cima os primeiros a sair...

- Adora, eu disse ADORA, ouvir Palavra Cantada. E não é a versão com desenhos não, gosta do DVD ao vivo, para ver o povo tocando, fazendo percussão, fica louca de alegria.

- Rola na cama a velocidade vertiginosa. Se distrair, cai no chão mesmo.

- AMA passarinhos e sabe assoviar para chamá-los. E ai de mim se não saio com ela para vê-los voar no fim da tarde. Fica bem brava.

- Continua mamando só em mim. Cheguei a cogitar um mingau de mucilon com leite tipo NAN e seus amigos sabe? O pediatra até aprovou, mas não tive coragem ainda...

- Come bem, principalmente na janta. Mas o mama é seu adorado para tudo.

- Foi atacada por pernilongos na casa da minha tia. Tadinha, ficou toda picada. :(

- Adora um "frevo", ver gente e brincar.

- Está fofa e risonha demais.


Bjos,

Dani



quarta-feira, 10 de setembro de 2014

BC - Carta para Clara

Minha pequena Clara,

O que dizer a você nesse momento? Será que daqui há alguns anos poderei ler essa carta para você?

Só posso começar dizendo que te amo. Muito. Assim desse meu jeito meio torto e estranho.

Mamãe tem aprendido muito com você. E creio eu, nada na vida tem me ensinado tanto quanto ser mãe, a sua mãe e, é algo Clara, que só quando você mesma tiver o seu próprio filho nos braços será capaz de entender.

Mamãe acredita que o maior desafio desde que nasceu é lidar com a quebra do silêncio e da solidão a qual eu estava acostumada, eu lia muito, falava pouco e me concentrava muito em estar sempre meditativa sobre as coisas da vida. Seu nascimento me trouxe para uma outra ótica mais prática, ativa, como um furacão que irrompe sem pensar e que desaba tudo, mas que também traz a possibilidade de uma reconstrução melhor.

Eu só espero que me perdoe pelos meus altos e baixos e pelas vezes que fico bem impaciente, que peço pelo céus um pouco de calma. E que  entenda que, assim como o é para você, essa vida é nova - para nós três. Eu, você e papai.

O que eu levo comigo desses dias porém, é sua gargalhada sincera, o brilho em seus olhos quando escuta músicas de que gosta, sua curiosidade tão parecida com a minha, aquela concentração com coisas pequeninas e que parecem gigantes em sua mão.

Da sua mãozinha puxando de leve meus cabelos enquanto mama, do seu aconchego em meu seio quando dorme, dos seu abraço pequenino, da felicidade estampada no rosto quando me vê e vê papai chegando do trabalho. A cara de sapeca para a vovó, porque, sei que sabe que ela deixa que faça todas as bagunças. rs

E são exatamente essas pequenas coisinhas (enormes para nós) que esboçam o traço forte e inquebrável do amor que construímos juntas. Você é a maior luz que minha vida poderia ter conhecido e a alegria mais verdadeira também.

Te amo. E prometo estar sempre aqui, para o que der e vier. E atravessaremos juntas essa selva humana que tanto precisa de seres melhores para enfim conhecer a paz.

Com carinho,

Mamãe.



terça-feira, 2 de setembro de 2014

9 meses depois - como está a mamãe?

E como está a mamãe da Clara nove meses após o parto?

Eu diria que expor como se está depois de dar à luz, vai para além de só dizer do aspecto físico já que, acredito eu, nada muda tanto uma pessoa quanto a entrada no mundo da maternidade. 

Portanto, vamos primeiro aos dados físicos da coisa toda. rs

Eu fiz uma cesária eletiva. E é óbvio que, embora tenha sido uma decisão consensual, ela não foi feita pesando a desvalorização do parto normal. Aliás, algo que eu queria e ainda quero muito mas, convenhamos, toda mãe que não possui uma renda muito alta, sabe o quão arriscado é se expor a um parto normal sem as características do parto normal humanizado. E, sinceramente, não queria MESMO correr esse risco com minha filha.

Então, eu cheguei a data do parto - 22/11/2013 -, como uma grávida bem relax. A última semana foi marcada mesmo por uma leve ansiedade e sofrimento com o calor. Terminei a gestação com 39 semanas e 1 dia e 73kg - pesando o emagrecimento imenso que tive com os enjoos, engordei 8 quilos durante esse tempo.

Com a amamentação exclusiva, perder o ganho de peso foi rápido, muito rápido. Em dois meses eu já estava no meu peso normal e em mais alguns eu já estava pesando como a dez anos atrás, na época em que iniciei a faculdade. Dos 73 fui para os 58. E é ai que entra aquele monte de gente para achar que você está doente e blablablá.

Eu só tive um perrengue entre o quinto e sexto mês da Clara, os mais tensos da amamentação, ai sim, confesso que passei muito mal de fraqueza e esgotamento, cheguei a ir no médico e fazer um batalhão de exames e estava tudo ok. A fraqueza era mesmo de exaustão e cansaço. Dois itens que tenho lutado diariamente para não pesarem tanto na minha saúde.

Dos remédios que tomei, vale ressaltar o antibiótico mega forte devido ao início de mastite. Até um assunto para outro post sobre amamentação.

Outro perrengue foi o cabelo, Jesus, nunca pensei que fosse cair tanto... E muito... E desesperador... Eu pensei que ia ficar careca. Daí que para amenizar os efeitos, eu fui cortando o comprimento dele aos poucos, o que fortaleceu e ajudou a criar volume e voltar a crescer bem. Porém, dei adeus ao meu cabelão... E o tanto de branco que está aparecendo?

E da parte emocional.

Hoje vejo como certo de que cada corte de cabelo foi um expurgo, de tudo que eu estava sentindo, vivendo e me transformando.

Em alguns momentos, pensei que iria enlouquecer e, as vezes, ainda penso que vou. Nos três primeiros meses da Clara tive que concluir a escrita da dissertação de mestrado, foi intenso e extenuante. E ainda tinha que conciliar com o conhecer o bebê e a nova rotina.

Depois foi vivenciar aprender a lidar com o cansaço e com o início das papinhas. E hoje, é o choro da crise dos oito meses.

Tem dias que são, na maternidade, luminosos e felizes. E, em outros, você não sabe ao certo onde é que se meteu e como vai conseguir resolver tantos perrengues.

Meu desafio maior continua sendo conciliar o bebê e a rotina de limpeza de casa, minha casa está sempre pedindo uma vassoura. E, viver só como dona de casa por vezes me leva a um stress sem precedentes...

Ah e tem o choro  sem motivo.... Esse, minha gente, para uma apreciadora maior do silêncio... É tenso, viu?

Do que eu percebo que eu cresço a cada dia com a Clara e me supero ou não em vários aspectos dessa nova vida. É um constante aprendizado em que, espero, eu consiga sempre fazer o meu melhor.

Abraços,

Daniela


- quase um ano depois, a mesma árvore, mas quanta diferença... 2013-2014 -


- Cabelo, cabelão, cabelo curto -